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Reconhecimento de União Estável para Garantir Direitos Trabalhistas Após o Falecimento do Companheiro

Quando um trabalhador falece, seus dependentes têm o direito de receber uma série de benefícios e valores relacionados ao vínculo empregatício. No entanto, para quem vivia em união estável, pode ser necessário reconhecer formalmente essa relação para garantir os direitos trabalhistas após o falecimento do companheiro. Neste artigo, vamos explicar o que é união estável, por que ela é importante para garantir esses direitos e como realizar esse reconhecimento.

O que é União Estável?

A união estável é uma convivência pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituir família, mesmo sem casamento formalizado no civil. No Brasil, a união estável é reconhecida pela legislação e concede direitos semelhantes aos do casamento, incluindo direitos trabalhistas e previdenciários, como a pensão por morte e o saque de valores como FGTS e PIS/PASEP.

Para fins trabalhistas, a união estável garante ao companheiro sobrevivente os mesmos direitos que seriam concedidos ao cônjuge, mas é necessário comprovar a existência dessa relação.

Quando o Reconhecimento da União Estável é Necessário?

O reconhecimento da união estável é essencial quando o casal não era formalmente casado, mas vivia junto. A família do falecido pode não concordar com os direitos do companheiro sobrevivente, ou o próprio INSS e as instituições financeiras (como a Caixa Econômica para o FGTS) podem exigir essa comprovação para liberar os benefícios.

O reconhecimento da união estável pode ser feito extrajudicialmente, em um cartório, ou judicialmente, em um processo na Justiça. A escolha entre uma via ou outra depende de vários fatores, como a existência de consenso entre os herdeiros ou a necessidade de formalizar o reconhecimento após o falecimento.

Como Reconhecer a União Estável?

  1. Reconhecimento Extrajudicial (em Cartório)

Se os demais familiares e herdeiros estiverem de acordo com a união estável, o reconhecimento pode ser feito em um cartório, o que é mais rápido e simples. O casal pode ter registrado a união ainda em vida, ou o companheiro sobrevivente pode fazê-lo após o falecimento.

Documentos necessários:

  • Certidão de óbito do companheiro falecido.
  • Documentos pessoais (RG, CPF) do companheiro sobrevivente.
  • Provas da convivência (contas conjuntas, fotos, correspondências, declaração de Imposto de Renda, etc.).

Neste caso, o cartório emitirá uma escritura declaratória de união estável.

  1. Reconhecimento Judicial

Se não houver consenso entre os familiares ou se surgirem disputas sobre os direitos do companheiro sobrevivente, será necessário buscar o reconhecimento da união estável pela via judicial. O processo é movido pelo companheiro, que deve apresentar provas da convivência pública e duradoura.

Provas que podem ser usadas:

  • Contas bancárias conjuntas.
  • Correspondências enviadas para o mesmo endereço.
  • Fotos do casal em momentos de convivência familiar.
  • Declaração de dependente no plano de saúde ou no Imposto de Renda.
  • Testemunhas que atestem a relação de convivência.

O juiz analisará as provas e decidirá se a união estável é reconhecida, garantindo assim os direitos do companheiro.

Direitos Trabalhistas que Dependem do Reconhecimento da União Estável

Após o reconhecimento da união estável, o companheiro sobrevivente pode acessar diversos direitos trabalhistas do falecido, como:

  1. Pensão por Morte: O companheiro terá direito à pensão por morte paga pelo INSS, que pode ser temporária ou vitalícia, dependendo da idade do sobrevivente.
  2. Saque do FGTS e PIS/PASEP: O companheiro pode sacar o saldo do FGTS e PIS/PASEP do trabalhador falecido, o que pode representar um importante apoio financeiro.
  3. Rescisão Trabalhista: O companheiro terá direito aos valores devidos pela rescisão contratual do falecido, como saldo de salário, 13º salário proporcional, férias proporcionais e vencidas, aviso prévio indenizado e a multa de 40% sobre o FGTS.
  4. Outros Benefícios: Se o trabalhador falecido tinha seguro de vida ou previdência privada, o companheiro pode ser o beneficiário indicado e, por isso, precisa do reconhecimento da união estável para receber esses valores.

Conclusão

Para garantir os direitos trabalhistas e previdenciários após o falecimento de um companheiro, o reconhecimento da união estável pode ser crucial, especialmente quando o casal não era casado formalmente. Esse reconhecimento pode ser feito de forma amigável em cartório ou, em casos de disputa, judicialmente. O importante é que o companheiro sobrevivente tenha em mãos as provas necessárias para comprovar a relação e, assim, ter acesso aos benefícios devidos.

Se você está nessa situação ou conhece alguém que precise de orientação, é sempre recomendado buscar a ajuda de um advogado especializado em direito de família e trabalhista para garantir que seus direitos sejam respeitados.

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